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Ícaro: O Vôo louco da criança irresponsável


Leia o mito na íntegra: http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2011/03/dedalo-e-icaro-os-limites-para-sonhar.html

 

Ícaro e Dédalo representam na mitologia grega o exemplo da mais pura a-sincronia entre o ego e a psique, quando o primeiro se personifica na figura de Ícaro que desobedece aos conselhos do pai Dédalo. Não podemos deixar de tocar na ferida nevrálgica de todo dependente químico, a lei e autoridade.

Há entre o Puer negativo e seu pai, uma aliança inconsciente de des responsabilização. O pai Dédalo que utiliza sua engenhosidade para propósitos utilitaristas em nome da vaidade do Rei. E seu filho que acaba se aproveitando desta posição de explorador explorado das terras as quais o pai nunca desbravou, também utilizando o voo de uma forma imprudente.

Não podemos deixar de ver aqui uma metáfora colonizadora. O pai que quer dominar através do filho, ou o Rei velho que reprime a ética do gasto excessivo, ou abundância no sacrifício do touro branco raro, negado por Minos a Posseidon. Negar o sacrifício do Touro será no mito a própria negação do princípio do poder concedido ao rei da ilha de Creta.

Deste modo a noção de poder inaugurada por Zeus ao aprisionar os Titãs faria com que a linhagem divina perpassasse toda a árvore genealógica, que o Rei Minos queria impedir ao concentrar o poder, negando-o, não sacrificando o touro. Assim a fúria dos deuses personifica a paixão pelo touro branco por Pasifae, esposa do Rei Minos. A vergonha do Rei seria sua inferioridade em não assumir uma ética do gasto excessivo no sacrifício do que é raro e único, ou seja, dando este préstimo aos deuses. Assim toda concentração de poder por vias ilícitas, ou atalhos denota o fracasso em liderar, ou se autorizar a Ser o que se propõe

O Rei e marido fraco são aqueles que não conseguem conter a figura transferencial do pai, entrando assim em uma lógica de auto inferiorização frente à mulher-filha. Assim, o touro branco de Pasifae é um retorno ao pai Zeus em um ato de incesto simbólico.

 

Dédalo: o pai fraco

Dédalo ao oferecer seus serviços a um propósito instrumental, característica bem evidente na ciência e tecnologia atuais, age da mesma forma que Ícaro quando realiza um voo louco em direção ao sol.

A história de Ícaro e seu pai Dédalo retrata a morte das características positivas do Puer (criança) e do Senex (velho) na manutenção do velho padrão de ressentimento do rei Minos. Onde Dédalo, por usar sua habilidade de engenharia para propósitos utilitários, ensina ao filho a fazer o mesmo. Assim, quando ambos precisam sair da ilha de Creta fugidos, Ícaro se aproxima imprudentemente do sol, derretendo a cera das penas e caindo no mar. Ícaro é a representação da instrumentalização da prática profissional, que ao atuar sem ética nega a própria natureza de seu ato. Ou seja, Dédalo mata sua criança interior representada por Ícaro, sua inventividade, inspiração, aventura e composição.

O pai fraco aqui é aquele que não consegue passar certos princípios sentimentais para que o filho consiga efetuar um voo equilibrado, nem muito alto, nem muito baixo. Princípios tais como humildade, tolerância, prudência e respeito pelo metron (A medida precisa de si diante dos deuses, o que mantinha o cosmos).

A figura de Ícaro demonstra a interpretação do conselho como mandamento. A natureza do aconselhamento é uma relação de consideração mútua, onde é dado ao outro a mesma posição, uma aposta na horizontalidade de posições, tornando a ação um pouco mais possível. Desta forma justificando uma hierarquia na posição mestre-discípulo.

Já o mandamento é a negação da noção de hierarquia. É partir do entendimento de que o outro ainda não tem capacidade em se auto determinar. Deste modo Dédalo é o Senex negativo, pois não consegue aconselhar, sua posição não exerce autoridade tendo assim que se fazer autoritário.

Dédalo consegue sobreviver, mas o preço a ser pago é o assassínio daquilo que justifica suas habilidades, a inventividade, intuição, aventura e espírito criador representados pelo arquétipo do Puer, ou criança divina.

REFERÊNCIAS

HILLMAN, James. O Livro do Puer. São Paulo. Paulus. 2008.

http://eventosmitologiagrega.blogspot.com.br/2011/03/dedalo-e-icaro-os-limites-para-sonhar.html


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