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Vida Psíquica

Falar sobre a psique é sempre circular uma imagem. É sempre querer tocar o intocável. Falar sobre a psique é sempre um deslocamento que nos joga na imensidão do desconhecido em que conhecer passa a se confundir com fazer-se. Querer conhecer implica antes de tudo abraçar a angústia do não-saber, do desamparo diante da própria vida. Assim, este lugar objetiva levar o leitor a questionar formas dadas de percepção, posicionamento e construção da sua realidade possibilitando um diálogo.

 

A realidade é construída a cada momento por e através de nós. Vemos isso no mundo contemporâneo onde até mesmo a matéria é entendida como uma construção psíquica do artífice cientista. Consequentemente todo o valor é colocado no fazer psíquico em que saber sobre a matéria, o outro ou o mundo é sempre um saber psicológico por excelência, um saber que denuncia uma matéria-prima a ser trabalhada. 

 

Conhecer é Ser e só conheço enquanto sou! O que acontece quando caímos no desconhecido, pagando o preço pelo conhecimento e consequentemente pela psique? A única expressão que me ocorre para isso é a jornada. Não é a toa que nos mitos e lendas de todos os povos o herói sempre parte em uma jornada, símbolo  da busca pela interioridade.  

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"... amar uma imagem é sempre ilustrar um amor; amar uma imagem é encontrar sem o saber uma metáfora nova para um amor antigo (...). Amar uma paisagem solitária, quando estamos abandonados por todos, é compensar uma ausência dolorosa, é lembrar-nos daquela que não abandona...".

 

Gaston Bachelard (A Água e os Sonhos)

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